As demandas que fazemos são várias propostas que levam a uma mudança no modelo vigente:
· Da superexploração dos recursos naturais do planeta, a um modelo econômico e agrícola que respeite o meio ambiente, reduza as emissões de gases de efeito estufa e promova a justiça climática, dentro dos limites do planeta.
· De uma cultura dominante de consumismo, a um modo de vida sustentável e um novo compromisso com a natureza e o planeta.
Entre as propostas específicas dirigidas aos governos, destaca-se a necessidade de adotar objetivos nacionais para reduzir as emissões de CO2 e cumprir o compromisso estabelecido nos Acordos de Paris, garantindo o limite máximo de aumento da temperatura global em 1,5ºC. Outra proposta é reformar os sistemas tributários para incentivar o consumo e a produção de Comercio Justo e produtos orgânicos. Por fim, outra das demandas mais significativas é o desenvolvimento de legislação que garanta que todas as empresas e seus fornecedores respeitem o meio ambiente e os direitos humanos e trabalhistas dentro e fora de suas fronteiras.
Essas demandas e abordagens estão alinhadas com o que foi expresso pelas Nações Unidas em relação ao avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e especificamente ao número 12 (produção e consumo sustentável). “A crise atual é uma oportunidade para realizar uma mudança profunda e sistêmica em direção a uma economia mais sustentável que funcione tanto para as pessoas quanto para o planeta”, pode ser lido em seu site. “Os seres humanos têm necessidades ilimitadas, mas o planeta tem capacidade limitada para satisfazê-las. Temos que tentar entender e valorizar os limites aos quais podemos empurrar a natureza antes que seu impacto seja negativo. Esses limites devem ser refletidos em nossos padrões de consumo e produção”, Adicionar. E conclui que a pandemia pode servir de catalisador para uma mudança social que modifique o modelo atual.
As 6 medidas que o Secretário Geral das Nações Unidas propôs vão na mesma direção das propostas pelo movimento Comercio Justo.
Alguns dados para refletir e agir
A Organização das Nações Unidas aponta alguns dados que mostram claramente a necessidade de uma mudança de modelo:
O atual modelo de produção e consumo é claramente insustentável. Se continuarmos com esse mesmo estilo de vida, em 2050 precisaríamos do equivalente a quase 3 planetas para gerar os recursos naturais necessários (dados das Nações Unidas).
Por outro lado, a degradação da terra, o declínio da fertilidade do solo e o uso insustentável da água estão diminuindo a capacidade de fornecer alimentos.
De fato, para cada grau que a temperatura aumenta, a produção de cereais é reduzida em aproximadamente 5%.
A contribuição do Comercio Justo para a proteção do meio ambiente
O Comercio Justo tem como um de seus princípios essenciais a proteção do meio ambiente. Portanto, todas as organizações devem cumprir uma série de práticas, incluindo:
– Produção sustentável.
– Técnicas que minimizam o consumo de energia.
– Uso de fertilizantes orgânicos e pesticidas.
- Redução de residuos.
– Proteção do meio ambiente no processo de produção.
– Envio de produtos por via marítima, preferencialmente.
Mas, além disso, o movimento Comercio Justo defende a necessidade de mudanças no modelo comercial e agrícola global para que seja mais sustentável, compatível com o meio ambiente e mais justo.
Nesse sentido, o movimento Comercio Justo alerta que o modelo de produção em larga escala desenvolvido pela indústria alimentícia convencional, baseado em grandes extensões de monocultura e na maximização dos rendimentos de curto prazo, provoca desmatamento, desertificação, erosão do solo e perda da biodiversidade da flora e fauna. Além disso, no nível humano e social, esse modelo aumenta a instabilidade e a exploração do trabalho, a pobreza e a desigualdade.
As organizações do Comercio Justo destacam a importância de os pequenos produtores fazerem parte da solução para a crise climática e considerá-los como stakeholders no desenvolvimento de políticas nacionais e internacionais de ação climática. Os produtores não são apenas os mais afetados e vulneráveis às mudanças climáticas, mas também os que possuem o conhecimento tradicional e a experiência na agricultura. Suas contribuições e propostas devem ser ouvidas.
Este vídeo, feito por Coordenadora da América Latina e do Caribe de Pequenos Produtores e Trabalhadores da Comercio Justo (CLAC) explica claramente a contribuição do Comercio Justo para parar a emergência climática e as demandas do nosso movimento: