O consumo de Comercio Justo na Espanha em 2020 aumentou 3,6% para atingir 143,7 milhões de euros

04/10/2021

Estabelecimentos de varejo e lojas Comercio Justo sofrem com os impactos da pandemia

Madrid, 4 de outubro de 2021 COORDENADOR ESTADO DE COMÉRCIO JUSTO

143,7 milhões de euros foi o volume de negócios obtido pelos produtos Comercio Justo em Espanha durante 2020, o que representa um crescimento de 5 milhões de euros, mais 3,61 TP2T, face ao ano anterior. Apesar do aumento global, o Comercio Justo sofreu os impactos da pandemia no seu setor mais significativo, as lojas Comercio Justo, que registaram 4,2 milhões de euros em vendas. Estes são os principais dados do relatório "O Comercio Justo na Espanha 2020" elaborado pelo Coordenador Estadual do Comercio Justo (CECJ) e publicado hoje.

O principal fator que gerou esse resultado é o aumento das vendas de produtos certificados com o selo Comercio Justo Fairtrade e a incorporação de empresas a essa certificação. Com este valor global, o consumo médio por habitante no Comercio Justo durante 2020 foi de 3,01 euros, valor ainda muito distante de outros países europeus.

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Apesar da pandemia, em 2020 o consumo de Comercio Justo em Espanha aumentou 3,6% em relação ao ano anterior. Trata-se de um ligeiro aumento face ao crescimento registado nos últimos dois anos, mas que consolida a sua tendência ascendente e a sua crescente presença nos espaços de consumo e no cabaz de compras diário.

O principal fator que gerou esse resultado é o aumento das vendas de produtos certificados com o selo Comercio Justo Fairtrade e a incorporação de empresas a essa certificação. Com este valor global, o consumo médio por habitante no Comercio Justo durante 2020 foi de 3,01 euros, valor ainda muito distante de outros países europeus.

O impacto da pandemia fez-se sentir nos estabelecimentos de retalho, nomeadamente nas 75 lojas Comercio Justo geridas pelas entidades CECJ, que registaram uma quebra significativa nas vendas, passando de 5,3 milhões de euros em 2019 para 4,2 milhões de euros em 2020. O número é o mais baixo desde 2008. “2020 foi um ano muito difícil para as lojas Comercio Justo. O encerramento causado pelo Estado de Alarme, as restrições de horários, lotação e mobilidade, a impossibilidade de organizar atividades ou participar em eventos como feiras ou mercados, juntamente com a crise económica afetaram o setor. Levando tudo isso em conta, é valioso que as lojas tenham conseguido atingir vendas de 4,2 milhões de euros”, explica Alberto Abad, presidente do CECJ. “Embora economicamente as lojas representem uma porcentagem minoritária, elas constituem o coração do movimento Comercio Justo; são o nosso espaço de encontro com os cidadãos e o ativismo”, acrescenta A. Abad.

Com esta queda, as lojas Comercio Justo representam apenas 2,9% das vendas do setor. No outro extremo estão os supermercados e lojas de departamentos onde foram produzidos 83,5% do faturamento de Comercio Justo. Face a 2019, são o único espaço de distribuição que aumenta as vendas deste tipo de produto e a sua quota de mercado. O segundo canal de consumo é a indústria hoteleira (setor denominado HORECA: hotéis, restaurantes e catering) com 9,5% de vendas. Finalmente, há o pequeno negócio. Aqui, juntamente com as lojas Comercio Justo, encontramos outros retalhistas, como ervanários ou lojas de produtos biológicos, cujo volume de negócios diminuiu ligeiramente em relação a 2019. A sua quota de mercado é de 3%.

Por produtos, a alimentação continua a ser o principal protagonista do Comercio Justo, com mais de 97% de vendas. E dentro deste bloco, cacau e doces são claramente os produtos estrela. Estes geram 78,4% de faturamento. O café, produto emblemático do Comercio Justo, emagrece, ficando com 15% de vendas. O chá e outras infusões também sofreram um decréscimo, assim como outros produtos alimentares (arroz, cereais, massas, bebidas,...). mais vendidos, embora suas vendas tenham diminuído no ano passado. Esses artigos representam 1.3% do setor. Seguem acessórios e decoração. Os produtos de higiene e cosmética diminuíram ligeiramente as suas vendas.

Em relação às certificações que garantem o cumprimento dos princípios Comercio Justo, 95,2% das vendas foram provenientes de produtos com o selo Fairtrade. Uma parte (7,6%) foi distribuída pelos órgãos importadores da CECJ, mas a grande maioria (87,6%) foi resultado de vendas por empresas convencionais. “A pandemia aumentou a conscientização dos cidadãos sobre os impactos ambientais e sociais dos produtos que consomem. Cada vez mais, a população presta atenção aos selos ou certificações que o avalizam”, explica A. Abad. “Nesse sentido queremos lembrar aos cidadãos que os selos Comercio Justo garantem a produção ecológica e sustentável e a proteção dos direitos dos trabalhadores, além de outros aspectos fundamentais como a ausência de exploração infantil, igualdade de gênero ou práticas democráticas como o direito de organização”. acrescenta o abade.

Mudanças climáticas, consumo e Comercio Justo

Além das vendas, o informe “O Comercio Justo na Espanha 2020” Completa-se com vários artigos com os quais queremos destacar a emergência climática, a sua relação com o consumo e o modelo comercial global e os efeitos que está a ter nas organizações de produtores e populações rurais mais vulneráveis. O texto assinado pela jornalista e divulgadora Brenda Chávez aprofunda o impacto ambiental da indústria têxtil, setor que junto com o calçado em 2018 gerou mais Gases de Efeito Estufa do que França, Alemanha e Reino Unido juntos. Por outro lado, o artigo Oxfam Intermon destaca o impacto do comércio global na crise climática, fator muitas vezes negligenciado nas políticas e negociações sobre o tema. Por fim, o relatório é completado com textos que analisam as iniciativas que estão sendo realizadas pela cooperativa de arroz Comercio Justo Green Net (Tailândia) e as mais de 900 organizações Comercio Justo na América Latina e no Caribe, para enfrentar os impactos das mudanças climáticas em suas culturas e renda e evitar a deterioração ambiental.

O relatório "O Comercio Justo na Espanha 2020" está disponível no site mercadojusto.org

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