continue lendo As Organizações Comercio Justo exigem que a COP-26 leve em conta a dimensão social das mudanças climáticas
“Até que este aspecto seja devidamente reconhecido e seriamente abordado como parte da ação climática, pouco progresso será feito”, disse. afirma o manifesto.
O documento destaca ainda que, de acordo com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Iniciativa de Política Climática da ONU, menos de 2% do financiamento climático chega às pequenas organizações agrícolas. Nesse sentido, as organizações Comercio Justo apoiam os apelos internacionais para que os países ricos cumpram sua promessa de fornecer 100 bilhões de dólares em ajuda para combater as mudanças climáticas. Além disso, pedimos que os critérios de concessão de mecanismos financeiros, como o Fundo Verde para o Clima, facilitem o acesso de pequenas organizações agrícolas a eles e desenvolvam sistemas de produção com menor impacto ambiental.
“Não podemos esperar – e não é justo esperar – que os produtores e trabalhadores agrícolas sozinhos absorvam todos os custos de adaptação às mudanças climáticas. É uma questão de justiça climática." destaca o manifesto que recorda que as populações rurais são as que menos contribuíram para as alterações climáticas mas que mais sofrem.
Outra das demandas que as organizações do Comercio Justo expõem aos governos e representantes reunidos na COP-26 é a demanda por maior transparência das grandes empresas em termos de seus compromissos com a sustentabilidade e garantia de vida digna para os trabalhadores/as. Nesse sentido, o movimento Comercio Justo é a favor de que as grandes empresas sejam obrigadas a divulgar sua pegada de carbono completa, do início ao fim da cadeia produtiva. Também solicita aos Estados que implementem políticas públicas e medidas que favoreçam os esforços positivos das empresas nesse sentido.
O manifesto reconhece a importância de avançar na chamada legislação de "due diligence" que está sendo desenvolvida na União Europeia e em diferentes países que permitem penalizar as empresas que não cumprem as regulamentações climáticas e que garantem às pessoas afetadas seus direitos e acesso a recursos legais para denunciá-los.
Por fim, as entidades do Comercio Justo exigem que a política comercial global e, portanto, os acordos comerciais entre regiões e/ou países, estabeleçam como requisitos obrigatórios o cumprimento dos mais rígidos padrões ambientais e um firme compromisso com os Acordos de Paris e os Direitos Humanos.
O manifesto “Colocando a justiça no centro das ambições climáticas” é apoiado pelas seguintes organizações:
– Organização Mundial do Comercio Justo
– Escritório de Advocacia do Comércio Justo
– Fairtrade Internacional
– Coordenadora de Trabalhadores e Produtores da América Latina e Caribe do Comercio Justo (CLAC)
– Coordenador Estadual Comercio Justo
– Fórum Escocês de Comércio Justo
–Terra Compartilhada
- Weltladen Dachverband
– Troca de artesanato
– Comércio Justo Escocês
– Comércio Justo Suíço
– Projeto Mundo Justo
– GEPA
– EZA
– Garantia Equivalente
– Fórum Fairer Handel
– Oxfam Magasins du mundo
– Ecofins